domingo, 16 de novembro de 2008

Projeto de coautoria

Este Projeto de Coautoria foi iniciado em 14 de novembro de 2008, como atividade lúdica proposta aos alunos, para que escrevessem, coletivamente, três textos simultâneos, baseados em tema proposto. Foi sugerido que os textos poderiam ter caráter dissertativo, descritivo ou narrativo. Mote:

"Um filhote de pássaro quase implume, caído ao chão. Em seus últimos estertores, um filete de sangue escorre do pequeno bico, enquanto filas de formigas começam a chegar."

Texto 1
Neste instante estou frente a um único fio de vida. O passarinho pia pela última vez. As formiguinhas param, ele se vira, as formigas sobem até os seus olhos. Naquele momento me senti no lugar daquela pobre ave. Comecei a sentir toda aquela agonia, aquele sentimento de que o fim estava chegando. Parece que alguém chegava correndo para ajudar o passarinho. Eis que aparece um gato, aprisiona em seus dentes o corpo do passarinho e sai disparado ladeira abaixo. Corri atrás. Não podia deixar o pobre passarinho ter esse triste fim. Dei uma paulada no gato, chamei-o de safado e peguei o pobre passarinho. Saí correndo feito louco pela rua, mas não adiantou. Ninguém veio me ajudar. Voltei, peguei o passarinho e o levei até o veterinário. O doutor disse: “Não tem mais jeito. O passarinho está tuberculoso”. Fiquei com tanto medo... Peguei o pássaro e o enterrei no quintal de minha casa. Até hoje me lembro dele. Tão lindo, tão dócil. Fiquei em depressão por ter presenciado tamanha crueldade, mas já estou bem. Aquele passarinho está agora apenas em minhas memórias de infância.

Texto 2
Após a forte chuva que ocorreu de manhã, o sol se abriu. Então resolvi sair de casa para respirar. Encontrei uma gatinha, dei uns beijinhos e fui até a esquina. Acabei tomando um susto. Me deparei com um bichinho, acho que era um passarinho, meio machucado. Reparei que havia um pingo de sangue ao lado do corpo e as formigas o envolviam todo com sua cor preta. “Coitado do bichinho”, gritei. Foi então que apareceu um colega e chamou o SAMU. “Socorro, o passarinho está começando a crescer”. Mas, como? Se ele está cheio de sangue? “É um mutante! Meu Deus... Ele está vindo para detonar a cidade. Vamos matá-los antes que nos matem!” Já sei. Vou chamar a Defesa Civil. Qual era o número, mesmo?...

Texto 3
A vida desse pássaro estava em minhas mãos. Mas foi tudo em vão, de nada adiantou. Decidi terminar de matá-lo para acabar o sofrimento da ave. Na hora H, travei: nunca havia tirado a vida de nada, antes. Entrei em desespero e saí correndo, gritando com muito medo. E então, falei: “Socorro, alguém me ajuda”. Uma vida muito importante estava por um fio e nada acontecia. As pessoas pareciam não perceber o meu tormento, a minha dor. Todos eram indiferentes. Com aquela situação, ninguém me reparava. Decidi ajudá-lo de forma espetacular, chamando o SAMU para salvar o pobre passarinho. Mas acho que já era tarde demais. Quando dei por mim ele estava soluçando pelos últimos segundos de vida. Virou delicadamente os olhos, mas não tinha forças. Morreu com o olho esquerdo torto e o direito fechado.